Como os chineses acolhem estrangeiros?

O povo brasileiro tem fama de ser caloroso e receptivo com os turistas. Lá fora, são vistos como pessoas divertidas e acolhedoras que estão sempre procurando um motivo para celebrar. Mas e do outro lado do mundo? Como os chineses reagem aos turistas?

PRIMEIRA IMPRESSÃO

Pessoas andando nas ruas da China (por Jamie Street/Unsplash)
Pessoas andando nas ruas da China (por Jamie Street/Unsplash)

Para os brasileiros, os chineses têm uma forte impressão de acolhimento, respeito e curiosidade. É dito que o povo chinês tem muito interesse em saber e entender sua história e cultura, apesar de, ironicamente, serem muito reservados. Toda a seriedade que se espera do estereótipo chinês, não passa de uma má interpretação da forma como eles resguardam sobre suas vidas pessoais.

Claro, isso não quer dizer que todos os chineses são acolhedores e querem saber sobre você e muito menos que vão se recusar a compartilhar a história deles com você, mas é algo a ser comumente observado na forma como se relacionam com estrangeiros.

NAS RUAS

Pessoas caminhando em Shangai
Pessoas caminhando em Shangai (por Hanny Naibaho/Unsplash)

Ter o primeiro contato com a China pode ser um choque cultural muito grande.  Porém, é necessário entender diferentes culturas e respeitar seus costumes. Como muitos sabem, a China é um país muito populoso (mais de 1 bilhão de habitantes em território chinês), o que afeta a forma de comportamento cotidiana dos chineses. Isso é importante lembrar porque todo o sistema de funcionamento da China precisa ser extremamente funcional devido à acolher a superpopulação.

A primeira coisa que se nota no país é a noção de que todos os lugares comerciais, centrais e turísticos contam com uma multidão em trânsito. Por isso ser inevitável, é muito comum que o comércio também ocorra em rua aberta. Então, os comerciantes ambulantes chineses tendem a ter o hábito de reconhecer pessoas turistas e ir em busca de uma venda.

Lá, sendo chinês ou não, é indispensável saber pechinchar. Isso vem da cultura comercial dos chineses. Para um cliente estrangeiro, acaba sendo comum esperar que ele não pechinche e, por isso, acabam pagando o preço mais caro.

Izabela Gouvêa, estudante de medicina pela PUC Minas que morou seis anos em Guangzhou (Cantão), conta que é normal te pararem na rua para tirar uma foto ou encaram, muitas vezes comentando “Oh, 佬外 (lǎo wài – estrangeiro)!” quando um estrangeiro passa. Fora essas engraçadas situações, ela reforça o quão receptivos os chineses são: “A primeira vista parecem ser um pouco reservados, mas, quando gostam de você, sempre fazem questão de conversar e criar um laço mais forte. Quando te chamam pra casa deles então… pode saber que eles te consideram MUITO!”.

BARREIRAS

Idosos jogando em Leshan, China
Idosos jogando em Leshan, China (por Joey Huang/Unsplash)

Por cada parte da China se expressar através de um dialeto diferente, é muito comum que seja um empecilho para os turistas que não tiverem o básico de conhecimento de mandarim.

Na China, todas as placas e orientações estão escritas em ideograma. Então, é mais complicado caso você não consiga ler em chinês ainda, mas, se você conseguir falar um pouco o básico do mandarim, é possível buscar auxílio das pessoas nativas (dica: uma Jornada de Mandarim com a Lin e você já consegue se virar). Isso ocorre porque o mandarim é o dialeto considerado universal entre toda região chinesa.

Todos costumam ser muito receptivos e prestativos em relação à ajudar a orientar turistas, porém, não é muito comum que falem outra língua além do chinês. Então se torna complicado procurar ajuda ou direcionamento levando em consideração a barreira linguística. Saber algumas expressões e palavras em mandarim se torna indispensável para conseguir ter um contato e interação com as pessoas.

CULTURA, COMIDAS E COSTUMES À MESA

Pessoas caminhando pela Grande Muralha da China (por Bruce Röttgers/Unsplash)

De acordo com o Doutor Vitor Miranda, cirurgião ortopedista e chefe do Centro de Medicina e Cirurgia do Tornozelo e Pé do INTO, que foi à China para participar do projeto Steps2Walk (uma organização sem fins lucrativos com o objetivo de ensinar medicina e cirurgia do tornozelo e pé em locais carentes no mundo todo), percebeu logo que “não passaria fome” no país.

Ele se refere à cultura chinesa de receber convidados com fartura à mesa, dispondo normalmente de uma grande variedade de pratos típicos. Esse tipo de costume é tão enraizado que, independente da situação econômica dos anfitriões, a mesa estará farta mesmo que com pratos mais simples.

Quando analisamos costumes brasileiros e chineses, apesar de serem culturas muito diferentes, vemos a semelhança quanto ao esforço para acolher e à curiosidade dos costumes alheios. Isso é algo que deve ser ressaltado e apreciado, justamente por existir a noção de que pessoas com histórias tão diferentes ainda sejam capazes de respeitar e admirar a vivência do outro.

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